Definição:
São fraturas bastante comuns, principalmente em pacientes idosos, devido a osteopenia. Podem apresentar como mecanismo de trauma queda sobre o membro superior estendido, ou um trauma lateral ao ombro. Ocorre tração superior e posterior do fragmento ósseo da grande tuberosidade pelos músculos supra espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor, levando, quando não corretamente tratadas, a um quadro de impacto subacrômial e contra o rebordo posterior da glenóide.
Classificação:
Classificamos as fraturas da grande tuberosidade do úmero utilizando a classificação em 4 partes publicada pelo Prof. Charles Neer, em 1970.
Diagnóstico:
É feito pelo quadro clínico: dor, edema, sensibilidade dolorosa à palpação a nível do ombro e equimose que surge em 24 a 48 horas; e pelo estudo radiológico do ombro pela série Trauma: AP verdadeiro, perfil de escápula e axilar.
Quando existirem dúvidas quanto à posição do fragmento da grande tuberosidade, podemos utilizar a Tomografia Computadorizada. No atendimento inicial do paciente é fundamental um minucioso exame neurovascular da extremidade comprometida e atenção especial ao exame da região torácica.
Tratamento:
Quando não existe desvio do fragmento ósseo da grande tuberosidade, o tratamento consiste somente no uso de tipóia e o início precoce de exercícios. Quando existe desvio importante, realizamos o tratamento cirúrgico, para a prevenção do impacto subacrômial, e o bloqueio da abdução e da rotação externa.
O paciente é posicionado a 45° de elevação do tórax na mesa cirúrgica; utilizamos o acesso supero-anterior, com divulsão das fibras do deltóide por cerca de 4 cm, e fazemos a osteossíntese através de amarrias com fios inabsorvíveis (Ethibond 5) e sutura da lesão do manguito rotador, quase sempre localizada a nível do intervalo dos rotadores. O membro superior é mantido imobilizado em uma tipóia.